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Vitamina D e saúde mental: têm relação?

Publicado em 06 de fevereiro de 2023

Atualmente, a vitamina D tem ganhado um destaque grande. Nos últimos anos as pesquisas têm demonstrado o papel bastante amplo da vitamina D no funcionamento do corpo humano, muito além da clássica atuação na saúde dos ossos e músculos.

A associação da vitamina D com a saúde mental já não é tão novidade. Há um bom tempo sabemos que pessoas que moram nas regiões onde a exposição ao sol é mais escassa – como nos países nórdicos – podem ter uma tendência de produzir vitamina D de maneira insuficiente, o que pode representar um risco maior de desenvolver um transtorno depressivo.

A produção endógena de vitamina D depende da exposição solar. De maneira resumida, a incidência de raios UVB na pele é capaz de catalisar a síntese de colecalciferol. Em seguida, ele passa pela circulação sanguínea e, ao chegar principalmente no rim, é convertido em calcitriol, a forma biologicamente ativa da vitamina D. Se quiser ler mais sobre isso, clique aqui. Também podemos obter pequenas quantidades de vitamina D a partir dos alimentos, mas é praticamente impossível consumir diariamente a quantidade recomendada apenas com a alimentação, sendo necessária a exposição solar e/ou suplementação.


Principais funções da vitamina D no organismo. Adaptado de shutterstock.com, 2023.

 

Mas o que a vitamina D tem a ver com a saúde mental?

A vitamina D pode ser considerada um neuroesteroide, o que significa que ela tem um núcleo esteroidal na sua molécula semelhante ao de vários hormônios – inclusive, ela também é considerada um hormônio – e que regula o funcionamento dos neurônios. Ela age modulando a síntese e degradação de neurotransmissores e tem um papel importante na regulação de vários fatores neurotróficos, além de contribuir para a defesa antioxidante cerebral.

Os receptores de vitamina D (VDR) podem ser encontrados no cérebro humano, em regiões como o córtex pré-frontal, o hipotálamo e a substancia nigra, onde regulam os níveis de neurotransmissores como a dopamina, a noradrenalina e a acetilcolina. As vias desses três neurotransmissores, por sua vez, estão bastante envolvidas na fisiopatologia de diversos transtornos mentais, como os transtornos de humor (principalmente a depressão), Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e doença de Alzheimer. 1,2

Um estudo de 2018 identificou uma evidência bastante importante nesse sentido. Eles reuniram quase 4.000 pessoas a partir dos 50 anos e dosaram seus níveis de vitamina D. Os dados revelaram que os indivíduos com deficiência de vitamina D tinham uma probabilidade 75% maior de desenvolvimento de depressão. Além disso, na literatura científica, existem evidências de que a suplementação com vitamina D reduz os sintomas depressivos de pacientes com quadros de depressão que apresentavam deficiência dessa vitamina.  2,3

Ainda, estudos vêm demonstrando os benefícios da fototerapia (terapia baseada na exposição a uma iluminação artificial para mimetizar os efeitos da luz solar) e da suplementação com vitamina D em quadros de depressão sazonal, em que os indivíduos apresentam os sintomas depressivos apenas em um período do ano – comumente no inverno, quando há baixa luminosidade e exposição ao sol. Já em outros transtornos (como o de ansiedade), os resultados são menos consistentes, apresentando uma resposta positiva ao aumento de vitamina D em alguns trabalhos, mas não sendo observada a mesma resposta em outros. 1,4


Pensando na saúde mental, devemos nos preocupar com os níveis de vitamina D?

Um dos grupos que devem estar mais atentos aos seus níveis de vitamina D é o das gestantes. Isso porque a vitamina D tem uma influência bastante importante na formação e desenvolvimento do sistema nervoso. Já existem algumas evidências de que a deficiência de vitamina D nessa fase aumenta o risco de algumas doenças neuropsiquiátricas, como transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), autismo e esquizofrenia. Uma metanálise recente revelou que baixos níveis de vitamina D na gestação estão associados a um aumento do risco de desenvolvimento de TDAH e autismo nos filhos. Em outra metanálise, também foi demonstrada a correlação entre baixos níveis maternos de vitamina D durante a gestação, com o aumento do risco de baixo peso ao nascer dos bebês. 5,6

Outro grupo que também deve ter cuidado quanto aos seus níveis de vitamina D é o dos idosos. De maneira geral, o principal motivo para isso tem a ver com o papel da vitamina D na mineralização dos ossos. Quando há uma deficiência (níveis sanguíneos menores que 10 ng/ml) ou insuficiência (níveis sanguíneos entre 10 e 20 ng/ml) há um alto risco de desenvolvimento de doenças ósseas como a osteoporose (se quiser aprofundar a leitura, clique aqui). Mas, em se tratando de saúde mental, já foi demonstrado que idosos com baixas concentrações de vitamina D circulante também têm um risco aumentado da doença de Alzheimer. 7,8

Já, em adultos saudáveis, com níveis dentro da faixa desejável de vitamina D, os benefícios da suplementação exógena para a saúde mental não têm evidências fortes. Na dúvida, a melhor escolha é sempre buscar os profissionais de saúde para um acompanhamento clínico adequado. 9


Grupos de risco associados à deficiência de vitamina D. Adaptado de shutterstock.com, 2023.

É possível aumentar seus níveis de vitamina D através de ajustes nutricionais combinados a maior exposição solar. No entanto, se os níveis de vitamina D encontrarem-se muito baixos, ou se os ajustes de hábitos não apresentarem resultado satisfatório, a suplementação é uma alternativa segura e eficaz. E você, já verificou alguma vez seus níveis de vitamina D?


 


As informações fornecidas neste blog destinam-se ao conhecimento geral e não devem ser um substituto para a orientação de um profissional médico ou tratamento de condições médicas específicas. As informações aqui apresentadas não têm o objetivo de diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença.

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