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Exposição prolongada a telas e à luz azul: será que faz mal mesmo?

Publicado em 13 de fevereiro de 2023

Que atire a primeira pedra quem, em pleno 2023, não passa algumas horas do seu dia na frente das telas. A maioria passa muitas e muitas horas, na verdade.

Se contarmos só as horas em frente ao celular, a média global é de 4 horas e 48 minutos diários. O Brasil, juntamente com a Indonésia, lidera o ranking dos países com mais tempo olhando para a tela do celular com quase 1 hora a mais do que a média mundial. Isso significa que a maioria dos brasileiros passa um terço do seu tempo acordado olhando para essas telinhas, e o pior: boa parte desse tempo é no período noturno, quando deveríamos reduzir nossa exposição a fontes luminosas. Se juntarmos o tempo em que ficamos expostos a outras luzes artificiais no período noturno, então o cenário se torna ainda mais preocupante. 1

Mas será que esse tempo prolongado de exposição às telas traz mesmo algum risco para a saúde? Por que ouvimos cada vez mais falar dos riscos da luz azul? O que exatamente esse tipo de iluminação causa ao corpo humano? Até o final dessa publicação, esperamos que você tenha entendido um pouco melhor essas questões.



As telas eletrônicas emitem majoritariamente luz azul. Adaptado de www.shutterstock.com, 2023.


Durante toda a evolução humana, o sol sempre representou a maior fonte de exposição à luz. Somos uma espécie de hábitos diurnos, e a luz solar é um dos grandes reguladores do funcionamento do nosso organismo. Ela funciona como um sinal externo que diz ao nosso corpo quando acordar, aumentar sua atividade e, na sua ausência, ajustar o metabolismo nos preparando para o descanso. Isso funcionou muito bem por várias eras até que o ser humano inventou a luz elétrica.

Com o advento das luzes artificiais ganhamos diversas possibilidades de estender nossas atividades até mais tarde. No entanto, isso pode “bagunçar” um pouco esse nosso relógio interno. E com o aumento do uso de telas eletrônicas, isso pode ser ainda pior, pois as emitidas por elas têm predominantemente o comprimento de onda do azul. Este fato contribui, por exemplo, para os tantos casos de insônia e sono de qualidade ruim.

 

Mas qual o problema da luz azul?

O efeito no nosso organismo varia de acordo com o comprimento da onda. A luz azul tem muitos efeitos positivos durante o dia, como por exemplo, aumentar nossos níveis de atenção, reduzir o nosso tempo de reação e até melhorar o humor. No entanto, à noite, esses efeitos podem ser prejudiciais, atrapalhando a orquestra hormonal e bioquímica que prepara nosso corpo para suas funções noturnas e para o sono.

Um dos mecanismos mais bem estabelecidos para explicar esse prejuízo é a supressão da secreção de melatonina, um dos hormônios mais importantes na manutenção do nosso ciclo circadiano – nosso ciclo diário de regulação fisiológica. Só para ter uma ideia, a luz azul tem um efeito quase oito vezes maior que a luz amarela na supressão da secreção de melatonina. 2

Um dado interessante é que a sensibilidade aos efeitos da luz azul pode sofrer variações de um indivíduo para o outro. Dentre os fatores que já foram estudados estão a cor da íris e etnia. Caucasianos de olhos claros tem uma maior supressão da melatonina induzida pela luz azul do que asiáticos de olhos escuros. Outro fator que parece influenciar essa sensibilidade é a idade. Dados de um estudo com humanos demonstrou que os idosos são menos propensos a esse efeito, apesar desse fator ainda precisar ser melhor investigado. 3,4

 


As telas emitem luz azul. Adaptado de www.shutterstock.com, 2023.

 

A luz azul faz mal para os olhos também?

Infelizmente, sim. A luz azul tem comprimentos de onda relativamente curtos, comparado às outras cores do espectro visível (com exceção do violeta). O comprimento da onda é inversamente proporcional à sua frequência e, consequentemente, à sua energia. Ou seja, ondas com comprimentos menores tem maior energia, conferindo à luz azul essa propriedade de alta energia. Essa alta energia acaba se refletindo em um potencial de dano fotoquímico ao tecido ocular. 5

Já foi demonstrado que a exposição prolongada à luz azul pode causar alterações importantes no olho humano, aumentando o estresse oxidativo, a apoptose mitocondrial, a concentração de marcadores inflamatórios e o dano ao DNA. Isso tudo pode favorecer o desenvolvimento de distúrbios oftálmicos, como a síndrome do olho seco, a ceratite e até mesmo o glaucoma. 5

 

Como a suplementação pode ajudar?

Algumas substâncias têm a capacidade de reduzir os efeitos da exposição prolongada à luz azul. É o caso da zeaxantina e da luteína, dois carotenoides que se acumulam na mácula – região que fica no fundo do olho. Esses dois compostos podem ser encontrados em fontes alimentares (como cenoura, milho, salmão, entre outros), mas também estão disponíveis na forma de suplementos.

Tanto a luteína quanto a zeaxantina possuem a capacidade de filtrar a luz azul. Isso acontece porque essas duas moléculas são pigmentos amarelo-alaranjado que absorvem comprimentos de onda correspondentes ao azul. Além disso, essas moléculas exibem efeitos antioxidantes. 6,7

Além de reduzir os efeitos da luz azul no nosso organismo de maneira geral, elas também contribuem localmente para a saúde ocular, uma vez que filtram essas ondas de alta energia e reduzem as espécies reativas de oxigênio produzidas durante a ativação dos cromóforos (que são parte dos fotorreceptores dos nossos olhos). Ainda, diversos estudos demonstraram os benefícios da suplementação com zeaxantina e luteína para a saúde dos olhos.  6,8,9

O avanço da tecnologia trouxe (e ainda trará) diversas possibilidades maravilhosas para a população humana. No entanto, em se tratando da exposição prolongada às telas e outras fontes luminosas artificiais, também precisamos considerar certos riscos à saúde e aprender a minimizá-los na medida do possível. Como em praticamente tudo em nossas vidas, é preciso buscar uma medida saudável e encontrar um equilíbrio.


 

   


As informações fornecidas neste blog destinam-se ao conhecimento geral e não devem ser um substituto para a orientação de um profissional médico ou tratamento de condições médicas específicas. As informações aqui apresentadas não têm o objetivo de diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença.

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