Publicado em 17 de janeiro de 2022.

Nos dias atuais, as pessoas estão cada vez mais ocupadas e “sem tempo para nada”, o que gera a sensação de que o tempo “escorre pelas nossas mãos” e que é preciso correr atrás de mais alguns minutos todos os dias. Embora o advento da internet tenha facilitado a obtenção de informações e tornado tudo mais acessível – conectando o mundo inteiro em questão de segundos –, é comum ouvirmos relatos de que há poucas décadas atrás, mesmo sem essa facilidade, os dias pareciam ser mais longos e render muito mais. Mas porquê será que isso acontece?

No início, a sensação era de que essa “globalização” poderia resolver todos os problemas da humanidade. Quanto mais as relações sociais se estreitavam, mais as informações se tornavam disponíveis, transformando a internet em uma ferramenta essencial para nosso dia a dia. Contudo, ao quebrar as fronteiras, as informações começaram a nos atingir de forma constante e, assim, começamos a acumular tarefas e desejos, consumindo muito nosso tempo. Como resultado, estudos observam uma modificação visível no convívio familiar e social, criando uma confusão entre onde acaba a vida real e inicia “vida virtual” – mudança que está gerando estresse, ansiedade e diversos outros problemas que se arraigaram na sociedade atual, prejudicando o bem estar psicológico de toda uma geração. ^1,2

Mesmo em tempos difíceis, é possível aprender algo?

A importância do convívio social para nossa saúde mental ficou ainda mais evidente nos últimos dois anos, com as restrições no convívio que tem sido necessárias em decorrência da ascensão da pandemia de Covid-19 – que tem nos ensinado muita coisa, principalmente a valorizar e fortalecer vínculos emocionais positivos, além de nos alertar sobre o tempo que desperdiçamos conectados com coisas não essenciais. Porém, mesmo com todo esse aprendizado, também houve um aumento do estresse e de problemas psicológicos, associados às inúmeras incertezas quanto ao futuro e ao distanciamento social que foram gerados pelas medidas de isolamento a partir de 2020 em todo o mundo.

Desde março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia mostrado sua preocupação em relação às consequências do estresse e da pressão psicológica resultantes das medidas restritivas para contenção do avanço dos casos de Covid-19. ³

Esse contexto criou um quadro de medo, impotência perante acontecimentos futuros, angústia, irritabilidade e tristeza. Além da intensificação do tédio, solidão e sensação de desamparo. Também houve alterações comportamentais como distúrbios de apetite e de sono, bem como aumento dos conflitos pessoais e da violência doméstica. ⁴

O grande impacto da pandemia de Covid-19 na saúde mental também está relacionado ao sofrimento da população frente à ameaça de desemprego, fator que gerou – e ainda gera – ansiedade em quase metade da população brasileira. Ainda, além do medo constante de contrair o vírus SARS-CoV-2, foi observado um aumento da incidência de transtornos mentais em pessoas acometidas por COVID-19 devido ao trauma vivenciado, que possivelmente se manterão em longo prazo sem o devido acompanhamento de profissionais das áreas da psicologia e psiquiatria. Como consequência, podemos observar um aumento no número de pacientes psiquiátricos em todo o mundo, com risco iminente de sobrecarga nos sistemas de saúde nos próximos anos. ⁵

Mas afinal, o que é a ansiedade?

A ansiedade é uma condição gerada pelo estresse, considerada um fenômeno intrínseco do ser humano e necessário para estimular a ação frente a qualquer contexto de perigo. Porém, quando em excesso, pode se tornar disfuncional e resultar na manifestação de transtornos psiquiátricos que prejudicam a tomada de decisões e geram sentimentos de desconforto muito intensos, exercendo um impacto negativo sobre a qualidade de vida do indivíduo. Esses transtornos causam preocupações (com saúde, dinheiro, família e trabalho) ou medos exagerados (algum objeto, situação ou relações pessoais), além da perda de controle sobre pensamentos e atitudes, tendo a sensação de pavor após situações complexas. Quando essas crises de ansiedade se tornam frequentes e intensas, a sensação de medo e pavor é acompanhada por sintomas físicos, tais como aceleração dos batimentos cardíacos, falta de ar, dor no peito, tontura, náusea, formigamentos, tremores e desmaio ou vômito no pico da crise. ^6-8

Você sabia que o Brasil é o país mais ansioso do mundo?

De acordo com a OMS, o Brasil é o país mais ansioso do mundo e mais o depressivo da América Latina, e isso se intensificou na pandemia, visto que o isolamento social é um gatilho para esses transtornos psiquiátricos. Frente a esse cenário, O Ministério da Saúde (MS) elaborou um guia contendo dicas importantes para cuidar da saúde mental nesse momento tão difícil e atípico da humanidade.

O que devemos fazer, então?

É muito importante começar a cuidar da nossa saúde mental o quanto antes, e podemos fazer isso através dos seguintes passos:

• Práticar exercícios físicos regularmente;

• Cuidar da alimentação;

• Descansar o suficiente;

• Manter uma rotina diária;

• Fortalecer laços de amizade e amor – mesmo que ainda estejamos passando por algumas restrições de convívio. 4

Papel dos nutrientes e compostos naturais no controle do estresse e da ansiedade

A alimentação ocupa uma posição de destaque dentre os principais cuidados que contribuem para a manutenção de uma mente saudável e, nesse contexto, a suplementação com nutrientes e compostos naturais vêm ganhando mais adeptos a cada dia.

Diversos estudos científicos têm demonstrado os benefícios desse tipo de suplementação e como pode contribuir para a melhora da qualidade de vida, sendo uma ótima opção para nos mantermos fortes e saudáveis tanto física como emocionalmente. Por exemplo, a suplementação com extratos obtidos de diferentes espécies vegetais – tal como a Ashwagandha e com minerais e vitaminas (incluindo o magnésio e as vitaminas do complexo B) tem se mostrado benéfica na redução de sintomas associados à ansiedade. ^9,10

Por fim, inúmeras evidências apontam que o bem-estar mental está relacionado com a homeostase da microbiota intestinal – conjunto de microrganismos que habita o trato gastrointestinal e que exerce inúmeros benefícios ao organismo humano. Sendo assim, o desenvolvimento de doenças psiquiátricas parece estar relacionado com o desequilíbrio da microbiota (quadro denominado de disbiose), e a suplementação com probióticos pode auxiliar na prevenção e tratamento de distúrbios de ansiedade e depressão. ¹¹

As informações fornecidas neste blog destinam-se ao conhecimento geral e não devem ser um substituto para a orientação de um profissional médico ou tratamento de condições médicas específicas. As informações aqui apresentadas não têm o objetivo de diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença.

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