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Atenção e cuidados essenciais com a saúde feminina

Publicado em 19 de março de 2021.

O Dia Internacional da Mulher é celebrado anualmente em 8 de março desde o início do século XX, embora tenha sido oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) apenas em 1975. Esta data marca a luta pela igualdade de gênero e respeito às mulheres, visando melhores condições de vida tanto no contexto social quanto profissional. Além disso, é um momento oportuno para a conscientização sobre os cuidados com a saúde feminina, que por muito tempo ficaram restritos apenas aos períodos do pré-natal, parto, puerpério e menopausa. Entretanto, além do campo da saúde sexual e reprodutiva, vale ressaltar também a importância da manutenção de hábitos saudáveis e que auxiliem na prevenção das doenças mais prevalentes na população feminina, incluindo câncer de mama e de colo do útero, síndrome do ovário policístico, endometriose, infecção pelo papilomavírus humano (HPV), infecções vaginais e urinárias, bem como osteoporose, doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, depressão, fibromialgia, entre muitas outras.

Do ponto de vista biológico, homens e mulheres possuem inúmeras diferenças anatômicas e fenotípicas, o que caracteriza o “dimorfismo sexual” – ou seja, quando o macho e a fêmea de uma mesma espécie apresentam características físicas distintas. Dos 23 pares de cromossomos presentes nas células humanas, 22 pares são autossomos e 1 par é heterossomo. Enquanto os cromossomos autossomos armazenam o material genético comum a todos os indivíduos de uma espécie, os cromossomos heterossomos (também chamados de sexuais) determinam as diferenças entre os gêneros. Em humanos, os cromossomos heterossomos são denominados X e Y, sendo que as mulheres possuem dois cromossomos X, e os homens um cromossomo X e um Y. Além das diferenças físicas, estas particularidades genéticas também acarretam em diferenças fisiológicas importantes entre o organismo de homens e mulheres, tal como a concentração de hormônios andrógenos e estrógenos. 1–7

Os níveis de hormônios andrógenos e estrógenos são determinantes para a função reprodutiva e para o desenvolvimento das características sexuais em homens e mulheres, respectivamente. Homens apresentam maior concentração de hormônios andrógenos (como a testosterona e seu metabólito ativo, a dihidrotestosterona), que estão envolvidos na espermatogênese e no desenvolvimento de tecidos não reprodutivos (tal como ossos e músculos), resultando no aumento da massa muscular, alongamento das cordas vocais, crescimento da laringe e de pelos, aumento da secreção de glândulas sebáceas, entre outros efeitos. Já em mulheres, é observada uma maior concentração de hormônios estrógenos (sobretudo o estrogênio), que promovem o desenvolvimento do endométrio e preparam o útero para a fertilização, além de favorecer o crescimento das mamas, regular a distribuição da gordura corporal e inibir a reabsorção óssea, entre outras funções. Desta forma, uma desregulação nos níveis de andrógenos e estrógenos pode prejudicar a função reprodutiva e a fertilidade, assim como promover a ginecomastia (crescimento do tecido mamário masculino) e a virilização feminina. 3–8

As diferenças genéticas entre homens e mulheres exercem influência sobre a síntese endógena de hormônios andrógenos (como a testosterona) e estrógenos (como o estrogênio), envolvidos diretamente na função reprodutiva e no desenvolvimento das características sexuais.

 

Além dos parâmetros sexuais e reprodutivos, os níveis de hormônios andrógenos e estrógenos também afetam a composição corporal, o metabolismo e até mesmo a microbiota de homens e mulheres. Estudos vêm demonstrando que existe uma relação direta entre estes hormônios, os microrganismos que compõem o microbioma de um indivíduo e o funcionamento do sistema imunológico, o que pode afetar diretamente a saúde e o risco do desenvolvimento de determinadas doenças. Assim, a susceptibilidade a diferentes doenças pode variar de acordo com o gênero como, por exemplo, na síndrome do intestino irritável – uma doença que afeta até duas vezes mais mulheres do que homens. 9–11

Ainda, estudos apontam um eixo bidirecional entre a microbiota e o sistema endócrino, no qual bactérias possuem a capacidade de produzir, responder a estímulos e promover a regulação de diferentes hormônios do hospedeiro a partir da inibição da transcrição gênica. Por sua vez, os hormônios produzidos pelo organismo hospedeiro podem influenciar a virulência e o crescimento bacteriano, acarretando em diferenças nas respostas imunológicas e na susceptibilidade de homens e mulheres à diferentes doenças. Adicionalmente, a produção hormonal pode influenciar diretamente o eixo microbiota-intestino-cérebro, modulando o metabolismo, a resposta imunológica, o desenvolvimento neuronal, comportamento e humor, entre outros processos do organismo. Assim, o melhor entendimento sobre os efeitos dos hormônios sexuais na microbiota humana pode contribuir significativamente para a prevenção e tratamento individualizado de diversas doenças. 10

Influência hormonal na composição da microbiota e ativação de respostas imunológicas em homens e mulheres

 

Probióticos (termo de origem grega que significa “pró-vida”) são microrganismos vivos os quais, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do hospedeiro. Para serem considerados probióticos, estes microrganismos devem pertencer às mesmas espécies que habitam o trato gastrointestinal do hospedeiro, além de serem seguros para o consumo humano, estáveis e resistentes ao pH gástrico e à ação de enzimas digestivas, bem como apresentar capacidade de adesão à parede epitelial de células intestinais. Neste contexto, diversos estudos têm demonstrado os benefícios associados ao consumo de probióticos, que incluem a manutenção da homeostase da microbiota intestinal, melhora na resposta imune local e sistêmica, gerenciamento do peso corporal e modulação de componentes do sistema nervoso central – auxiliando no manejo do estresse, ansiedade e outras condições.12,13

Os mecanismos exatos pelos quais os probióticos exercem seus efeitos benéficos à saúde ainda não estão completamente estabelecidos. No entanto, o entendimento de que a microbiota integra um extenso número de processos fisiológicos e metabólicos essenciais para o organismo humano têm contribuído para alguns destes mecanismos. Presume-se que as ações dos probióticos estejam relacionadas à modulação da composição da microbiota, a melhora da integridade da mucosa intestinal, a inibição da colonização e proliferação por patógenos através de exclusão competitiva, bem como produção de ácidos graxos de cadeia curta, aminas biogênicas e bacteriocinas, além de vitaminas e enzimas. Por fim, a intervenção com microrganismos probióticos tem demonstrado participar da sinalização no sistema nervoso central a partir da modulação do eixo microbiota-intestino-cérebro.12,13

Processos metabólicos e fisiológicos influenciados pela microbiota humana.14

 

Em particular, estudos também têm demonstrado os efeitos do uso de probióticos para a manutenção da saúde urogenital feminina. As espécies de Lactobacillus têm sido amplamente estudadas para a prevenção da recorrência de infecções do trato urinário e vaginoses bacterianas. Estudos demonstram que a suplementação com probióticos previne a adesão de patógenos no epitélio vaginal por inibição competitiva – inibindo também a formação de biofilmes a partir da formação de agregados bacterianos, impedindo que os microrganismos patogênicos consigam aderir ao epitélio vaginal. Ainda, a utilização de probióticos favorece a modulação do sistema imune local e a secreção de substância antimicrobianas, como bacteriocinas, peróxido de hidrogênio e ácido láctico. Assim, estudos têm demonstrado que o consumo de probióticos, em especial da espécie de Lactobacillus, auxilia no tratamento e prevenção de infecções urinárias, vaginoses e candidíase, resultanto na diminuição de recorrências e contribuindo para a saúde e bem-estar da mulher.15,16

Mecanismos através dos quais os probióticos auxiliam na prevenção de infecções geniturinárias, contribuindo para a saúde urogenital feminina.15

 

As informações fornecidas neste blog destinam-se ao conhecimento geral e não devem ser um substituto para a orientação de um profissional médico ou tratamento de condições médicas específicas. As informações aqui apresentadas não têm o objetivo de diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença.

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